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Battlefleet Gothic: Armada

Battlefleet Gothic: Armada

Jogo de estratégia de grande qualidade inspirado em Warhammer 40,000.

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Battlefleet Gothic: Armada é o novo jogo de estratégia em tempo real da Tindalos Interactive, baseado em Warhammer 40K. Se não conhecem nada sobre este universo, fica o aviso de que podem sentir-se confusos com o arranque desta aventura de ficção científica. As naves espaciais por vezes parecem catedrais, e existem quatro fações a disputarem missões numa enorme fatia do espaço. Para ser mais específico, Armada é baseado no jogo de mesa Battlefleet Gothic, onde os jogadores podem assumir o controlo de uma das quatro facções: Imperial Navy, Chaos, Ork Pirates e Eldar Pirates. No contexto da campanha de história deste jogo, só vão controlar a Imperial Navy, enquanto que as restantes fações servem de oposição (no modo online podem controlar qualquer fação).

Quando um jogo é baseado em frotas espaciais, é importantes que as naves sejam impressionantes e variadas, e felizmente é isso que acontece. Existem muitas variedades por onde escolher, como Cruisers, Battle Cruisers, Light Cruisers e Escorts, e cada fação tem entre duas a cinco variações de cada tipo. As Battle Cruisers são as maiores naves disponíveis, mas também são lentas. As Cruisers e Light Cruisers são variantes de combate de tamanho médio e pequeno, enquanto que as Escorts servem sobretudo para transportar mercadoria durante missões de transporte. O método de navegação é o mais tradicional possível num jogo de estratégia, e basta apontar para onde no espaço querem que a frota se desloque.

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Alguns jogadores podem ficar surpreendidos com a quantidade de espaço livre no, enfim, 'espaço', sobretudo durante as sequências de combates. São arenas enormes onde podiam caber mais naves do que as que temos acesso. Conforme avançam o jogo vão começar a perceber o porquê de todo esse espaço, e como o podem aproveitar com apenas três ou quatro naves. Cada nave tem as suas vantagens e desvantagens, e para conseguirem tirar o melhor proveito de todas, terão de as posicionar de forma muito particular. Com frotas maiores, seria difícil organizar o movimento de todas as naves.

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Embora não seja um jogo imediatamente acessível, Armada inclui alguns tutoriais para auxiliar os jogadores. Vão aprender os controlos e táticas básicas durante algumas missões iniciais, e mesmo depois de iniciarem a campanha principal, vão receber mensagens sobre novas funções que vão aparecendo ou que se tornam relevantes. Tentem aproveitar estas pequenas pérolas de sabedoria que a Tindalos oferece, porque Armada não é particularmente dócil com os jogadores que cometem erros. A campanha desenrola-se por turnos, num mapa da galáxia, e depois de escolherem uma área disponível, vão receber missões, além do objetivo de tentarem conquistar setores da galáxia para a Imperial Navy, mas não será fácil. Quando perdem a batalha, não é tão simples como "perder" e recomeçar. Não, o jogo continua independentemente do vosso falhanço. Dito isto, podem sempre carregar um save anterior se quiserem facilitar a vossa vida.

Existem vários tipos de missões que podem tentar durante a campanha, mas a maioria segue um modelo tradicional. Devem tentar proteger naves de transportar, recolher informações de um local específico antes que as fações inimigas o façam, missões de eliminação onde têm de destruir uma nave específica, e outras variantes semelhantes. Os tipos de missões disponíveis em cada área estão normalmente ligadas ao contexto e à história de cada zona, e o próprio argumento acaba por se tornar bastante interessante com o passar das horas. Vão conhecer várias personagens com grande carismas, e a sua relação com o jogador oferece a sensação genuína de que estamos realmente a comandar uma frota poderosa.

O modo campanha não é o único modo de jogo, e também existe um modo de confrontos singulares onde podem tentar derrubar frotas controladas pela inteligência artificial. Em essência, é uma versão a solo do modo multijogador. O modo online tem alguns conceitos interessantes, e é curioso ver como alguns jogadores tentam aproveitar as várias particularidades dos mapas para ganharem vantagem. Podem esconder naves atrás de gases venenosos para tentarem criar uma emboscada, por exemplo. É um modo com potencial, mas que infelizmente não conseguimos desfrutar devidamente. Raramente conseguimos arranjar uma ligação em condições, e embora o matchmaking tente encontrar adversários à altura para o jogador, pode ser muito lento a fazê-lo. Uma pena, porque quando conseguimos jogar, adorámos a ideia de Armada num plano online, sobretudo porque existe muitas possibilidades de jogo, e é difícil simplesmente aplicar a mesma tática vezes sem conta.

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As particularidades de cada fação ajudam a essa imprevisibilidade de táticas. As naves da Imperial Navy, por exemplo, incluem boas capacidades com torpedos, mas são mais lentas que as restantes. Já as naves dos Eldar são incrivelmente rápidas, mas também mais frágeis. Esta combinação de características, em conjunto com um grande variedade de naves entre cada fação, implica que o jogador terá frequentemente de ajustar o seu plano de ataque ao contexto da situação. Não basta repetir a mesma fórmula de batalha em batalha. Por vezes será mais eficaz atacar diretamente para destruir a frota inimiga. Noutras ocasiões convém distrair o inimigo enquanto tentam repararas outras naves e aproximarem-se do objetivo. É difícil planear com muita antecipação em Armada, e apreciámos esse aspeto do jogo.

Também é preciso falar da qualidade gráfica do jogo, mesmo que grande parte decorra em sectores vazios do espaço, cobertas apenas por destroços, asteróides e nuvens de gás. O estilo gótico que caracteriza Battlefleet: Gothic Armada também o ajuda a distinguir-se de outros jogos semelhantes, e a banda sonora consegue passar uma sensação de confrontos dramáticos de ficção científica. A Tindalos consegui captar a atmosfera de Battlefleet com grande mestria, e capturou todo o estilo peculiar de Warhammer 40,000.

Sem rodeios, Battlefleet: Gothic Armada é um jogo que requer algum esforço e empenho por parte do jogador, e só passadas várias horas de jogo vão começar a sentir-se confortáveis com tudo o que se passa. Mas quando chegarem a esse ponto, vão começar a realmente apreciar o trabalho da Tindalos. Considerando que é um jogo de estratégia em tempo real (com campanha por turnos), a produtora conseguir capturar muito bem a essência da série, e entrega uma aventura capaz de agarrar os fãs do género durante muitas horas, sobretudo os que esperam encontrar um jogo desafiante.

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08 Gamereactor Portugal
8 / 10
+
Excelente sequência da história de Warhammer 40K. Campanha é fantástica. Muita profundidade e estratégia. Grafismo de qualidade.
-
Matchmaking não funciona tão bem quanto devia. Início pode ser esmagador para novatos.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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