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Star Trek: Bridge Crew

Star Trek: Bridge Crew

Um sonho tornado realidade, mas é um sonho muito limitado.

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A realidade virtual é uma tecnologia que permite explorar conceitos que não funcionariam num formato tradicional, como é o caso de Star Trek: Bridge Crew. Aqui os jogadores assumem o controlo da ponte de uma nave na mesma linha que a Enterprise, a Aegis. Embora possa ser jogado a solo, Star Trek: Bridge Crew funciona melhor como uma experiência cooperativa, para dois, três, ou quatro jogadores. Podem assumir o papel de capitão, engenheiro, piloto, e oficial tático.

Através de um modo de treino sem grande interesse, vão ficar a conhecer as várias funções do painel de controlo, que foi buscar inspiração ao design visual dos filmes mais recentes de Star Trek. Tudo é informado através de texto, mas é suficiente para ficarem a perceber o que cada jogador ou personagem deve fazer.

O capitão pode receber relatórios, e se necessário, acionar o alarme. Mais importante ainda, é o capitão que recebe os detalhes da missão, e é ele que os deve passar ao resto da tripulação. O capitão também tem acesso aos mapas estelares, pode definir o destino das viagens à velocidade da luz, e determinar o que deve estar visível no ecrã da ponte.

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O piloto pode determinar a velocidade da nave, e navegar através de detritos, asteróides, e minas, utilizando o touchpad . Quando à velocidade da luz, tem de ser ativada com uma alavanca, e ainda têm acesso a uma estação que permite controlar o teletransportador e outros sistemas especiais.

O oficial tático podem determinar a potência e utilidade dos Phasers e dos torpedos de fotões, além de ter acesso a ferramentas de análise de outras naves e objetos cósmicos. É ainda o responsável por coordernar transportes e qualquer tipo de hacking que seja necessário.

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Ao engenheiro cabe a função de distribuir o poder da nave através dos vários sistemas, o que significa que pode aumentar a eficácia dos escudos e dos motores, ou melhorar o alcance e poder dos phasers. Também é o engenheiro que determina o que deve ser reparado se estiverem sob ataque.

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Algumas ações requerem a colaboração dos vários postos. Por exemplo, em caso de viagem à velocidade da luz os motores têm de ser carregados, e durante ataques o piloto tem de manter o inimigo dentro do alcance das armas da nave.

A missão da Aegis passa por explorar uma área inexplorada da galáxia, conhecida apenas como A Trincheira. Objetivo? Encontrar uma nova casa para os Vulcanos. As missões de treino são aborrecidas, mas a sensação de entrar na ponte da nave pela primeira vez é fantástica. Infelizmente, esse entusiasmo não dura muito tempo. Embora a ponte em si seja convincente, apesar de alguma simplicidade, o espaço é uma grande desilusão. Os vários efeitos do espaço têm pouco detalhe, em parte devido a texturas de má qualidade, e também existem problemas com a câmara. Objetos próximos têm a tendência para flutuarem ou abanarem um pouco, algo comum a outros jogos do PSVR devido ao sensor de movimento.

Podem jogar Star Trek: Bridge Crew com um comando tradicional, num formato em que cada analógico controla uma mão, mas o jogo funciona muito melhor com dois controladores Move. Um problema bizarro dos Move é a incapacidade para ajustar a altura da cadeira, o que pode dificultar a posição do jogador em relação aos controlos da nave. Uma forma de contornar este problema passa por descalibrar propositadamente a altura do jogador.

Não foi preciso muito tempo para percebermos que Star Trek: Bridge Crew não está tão polido quanto devia, e essa sensação permanece ao longo do jogo. Isto é particularmente óbvio se jogarem a solo, altura em que assumem todos papéis, e isto leva a várias inconsistências. A campanha, composta por apenas cinco episódios, também sabe a pouco, sobretudo se nos lembrarmos da tremenda fonte de inspiração que existe em inúmeros episódios de Star Trek.

Star Trek: Bridge CrewStar Trek: Bridge Crew

Ficámos particularmente desapontados com a ausência de opções de conversação, sobretudo se nos lembrarmos que vários possíveis conflitos na série são resolvidos com diplomacia galática. Outra desilusão foi o criador de personagens, que apenas permite escolher entre humanos e vulcanos, com quatro opções diferentes de cabelo. Pelo menos podem escolher versão feminina ou masculina, com vários tons de cor.

O que acaba por salvar Star Trek: Bridge Crew é o multijogador. Quando a ponte é ocupada por quatro jogadores, todos com o mesmo nível de conhecimento e entusiasmo em relação a Star Trek, podem desfrutar de uma experiência de jogo sem paralelo para qualquer "Trekkie". É curioso que a Ubisoft tenha esta abordagem à realidade virtual, a de montar um palco virtual para os jogadores, como já tinha feito para Werewolves Within. A composição do grupo é determinante para uma boa experiência, o que leva a outro problema. Mesmo com crossplay entre PS4 e PC, não existe uma base de jogadores suficiente para manter um fluxo de jogabilidade.

Em termos de apelo a médio e longo prazo, existe as Viagens Contínuas, que são situações criadas aleatoriamente pelo jogo. Neste modo até podem jogar a bordo da Enterprise original, mas como os controlos não estão identificados, têm de se familiarizar com a configuração da nave. Ainda assim, existe aqui um certo encanto vintage, sobretudo para os fãs mais antigos de Star Trek.

Gostaríamos que a Ubisoft visse Star Trek: Bridge Crew como uma base, algo para continuar a suportar com o tempo, como No Man's Sky e Elite: Dangerous. Uma plataforma, e não um produto fechado. Gostaríamos de jogar com outras raças, visitar as pontes de outras naves, experimentar novos uniformes, e desfrutar de mais missões. Como fãs de Star Trek, estamos divididos. Bridge Crew parece um sonho tornado realidade, mas é um sonho curto e muito limitado. Esperemos que esta viagem não se fique por aqui...

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07 Gamereactor Portugal
7 / 10
+
É fantástico com multijogador. Conceito genial.
-
Conteúdo limitado. Alguns problemas técnicos. Grafismo medíocre.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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