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Overwatch

Overwatch

Um FPS online dos criadores de Diablo, Starcraft e Warcraft? O que pensar disto?

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"Já lá vão 17 anos desde que a Blizzard abriu a portas a uma nova aventura, um novo mundo," afirmou Chris Metzen, Diretor Criativo da Blizzard, durante a cerimónia de abetura da BlizzCon. O anúncio de Overwatch foi por isso impactante, se bem que não tenha sido uma surpresa completa, até porque o nome já tinha sido registado pela Blizzard há algum tempo. Esperávamos o seu anúncio durante a BlizzCon, mas não esperávamos o seu formato.

Overwatch é um jogo atípico para a Blizzard, um género inexplorado para a produtora especializada em jogos de estratégia e RPG. Trata-se de jogo de ação na primeira pessoa, com um estilo visual a roçar o desenho animado e completamente focado nas partidas online. Team Fortress 2 vem de imediato à cabeça, até porque ambos se distinguem por colocarem os jogadores em personagens muito específicas, com estilos de jogo, armas e habilidades únicas. Para já, a Blizzard apresentou 12 personagens diferentes, mas estão prometidas mais para o futuro.

O objetivo da Blizzard é oferecer uma experiência que seja acessível e amigável. Para começar, o jogo não se resume a apontar uma arma e disparar. Mesmo que não sejam particularmente hábeis nesse elemento que normalmente caracteriza os FPS, existem objetivos para cumprirem. A personagem Mercy é um exemplo disso, cujas funções primárias funcionam como as de um "Healer" ou curandeiro. Por outro lado, Torbjörn especializa-se em construir armas estacionárias e defesas para a equipa. E não pensem que são papéis secundários, as duas funções podem ser cruciais para a vitória.

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Outro sinal da acessibilidade de Overwatch é a longevidade das personagens. Se alguma vez jogaram um Call of Duty online, conhecem a sensação de morrer ao virar da esquina com um disparo que não viram de onde veio. Em Overwatch as personagens aguentam mais dano, o que permitirá que os jogadores tenham algum tempo de resposta e possam utilizar as habilidades ao seu dispôr.

Por fim, todos os modos de Overwatch são baseados em objetivos. Não existe nenhum modo tipo Deathmatch, onde a vitória seja definida pelo número de mortes de cada equipa. Todos os modos incluem objetivos que as equipas terão de cumprir, e os disparos são meramente um caminho para lá chegarem. Alguns modos também decorrem por turnos, onde uma equipa defende e outra ataca.

Até aqui, tudo bem, mas é a jogabilidade boa? Durante a BlizzCon só tivemos a oportunidade de experimentar algumas rondas (as filas eram enormes), mas foi suficiente para recolher boas impressões iniciais. O melhor elogio que podemos fazer, é que Overwatch não mostra de todo que este é o primeiro FPS da Blizzard. Os controlos são simples e funcionam bastante bem, com fantástico tempo de resposta, lembrando alguns clássicos como Quake, Unreal Tournament e claro, Team Fortress 2. O que irá distinguir a experiência será a personagem escolhida.

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Tracer, a rapariga que foi eleita pela Blizzard como a figura de propaganda para o jogo, vem equipada com duas pistolas extremamente rápidas, mas com clips de munição curtos. Tracer também consegue teletransportar-se distâncias curtas (pensem em Dishonored), consumindo uma de três cargas disponíveis, que se recarregam com o tempo. Outra das suas habilidades permitem recuar o seu tempo (não tem impacto nos outros jogadores), voltando à posição e vida que tinha três segundos antes. Isto abre todo o tipo de estratégias e táticas, seja para ataques rápidos ou para distrair o oponente.

Pharah vem equipada com um lança-mísseis e um Jetpack, que lhe permite dar saltos de grandes dimensões e flutuar alguns segundos no ar. Hanzo consegue trepar superfícies verticais e o seu arco, se for carregado durante alguns segundos, pode matar um inimigo com um só tiro (embora isso o deixe exposto durante esses segundos). Rheinhart é uma personagem massiva, equipado com um enorme martelo e uma armadura gigante. Ele também é capaz de invocar um escudo que detém as balas dos inimigos, mas que deixar passar os disparos dos membros da sua equipa. Por último experimentámos Reaper, que vem equipado com duas pistolas pesadas e uma habilidade de teletransporte lenta. Reaper também consegue ficar invulnerável durante alguns segundos, embora não possa atacar durante esse tempo.

O ritmo do jogo é fantástico, mas confirma-se que os jogadores vivem realmente mais tempo do que noutros jogos do género. Isto levou a alguns confrontos épicos durante a nossa sessão, sobretudo as batalhas que envolveram vários jogadores. Algumas personagens acrescentam também grande mobilidade e isso ajuda a distinguir Overwatch.

O combate decorre em 6v6, e considerando que a Blizzard apresentou 12 personagens, podia pensar-se que cada jogador teria de ter uma personagem singular, mas não é isso que se passa. Podem existir personagens repetidas na mesma partida e sempre que morrem podem trocar de personagem. Os seis jogadores podem ser todos a mesma personagem, por exemplo. No entanto, a Blizzard avisou que já realizaram testes e que as equipas com personagens iguais ou de habilidades semelhantes tendem a falhar mais vezes, incentivando equipas equilibradas. Tratando-se da Blizzard, muitos presumiram que Overwatch teria um sistema de progressão ao estilo de um MOBA, mas não é o caso. Overwatch não tem qualquer sistema de progressão, dentro ou fora do combate.

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A Blizard também é conhecida pela história dos seus jogos, mas esse é outro ponto em que Overwatch se separa do ADN da produtora, já que não existe história no jogo. Isto não significa que o universo em si não tem história, até tem bastante, apenas não será contada, ou até relevante para o jogo em si. Não faz sentido que algumas personagens sejam da mesma equipa, por exemplo, mas a Blizzard explicou que no jogo foram atrás de jogabilidade primeiro, sacrificando um a lógica do universo.

Overwatch decorre na Terra, 60 anos no futuro. 30 anos antes disso deu-se uma revolução tecnológica que colocou robôs em quase todos os cantos do mundo. Sem surpresa, a coisa correu mal. Foi então criada a unidade de Overwatch, uma força especial de heróis ou soldados que combateram os robôs durante essa crise.

Os Overwatch saíram vitoriosos e salvaram o mundo, reconhecidos como os grandes salvadores. No entanto, a sua intervenção já não era necessária, o que levou muitos a virarem-se para o lado mercenário. Agora surgiu uma nova ameaça (que não foi detalhada pela Blizzard) e um novo grupo de Overwatch teve de se erguer. Esta é a história do universo, de forma resumida, mas é muito provável que a Blizzard explore outros meios para contar as suas aventuras... talvez uma série animada?

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A grande questão que se levanta em torno de Overwatch, e que a Blizzard ainda não respondeu, é o método de pagamento. Será um jogo que se compra e pronto? Terá um modelo free-to-play com micro-transações? Ou irá impôr uma mensalidade? Para já, não se sabe, mas pelo menos a experiência é já muito promissora, mesmo numa fase tão antecipada do ciclo de produção. A Blizzard espera realizar um período de testes Beta em data a definir de 2015, e se quiserem podem tentar a inscrição aqui.

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