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Mass Effect: Andromeda

Grande Entrevista Mass Effect: Andromeda

"Estamos a trabalhar com agências e engenheiros espaciais, e biólogos peritos em vida extra-terrestre."

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Depois de muitos meses de espera, o Gamereactor teve finalmente a oportunidade de experimentar Mass Effect: Andromeda. Visitámos os escritórios da Bioware em Londres, jogámos duas missões do jogo, e partilhámos as nossas impressões aqui, mas não ficámos por aí. Apanhámos o produtor do jogo, Fabrice Condominas, a jeito, e não deixámos de lhe colocar várias questões relacionadas com o novo RPG de ficção científica. Segundo Condominas, o conceito base do jogo foi identificado bem cedo na produção:

"Exploração é a palavra-chave de Mass Effect: Andromeda. Queríamos regressar à sensação de explorar planetas desconhecidos, de voltar a um cenário épico no espaço. Isso foi algo que ficou claro muito rapidamente. Mas se for necessário definir algo específico que estabelecemos para o jogo, foi precisamente essa noção de exploração. Isso e deixar claro que o jogador, enquanto humano, é o alienígena nesta galáxia, o verdadeiro intruso."

"Criar algo que pareça estranho, e ao mesmo tempo relacionável, requer uma mistura de dois ingredientes. O primeiro é fictício. Precisamos de planetas memoráveis, de localizações com significado que acrescentem algo à estória. O segundo elemento é científico. A razão pelo qual escolhemos este aglomerado é porque sabemos que tem corpos celestes e planetas a uma distância do centro para a possibilidade de vida. Avançamos a partir daí, do tamanho do planeta, e depois acrescentamos uma mistura de realismo com ficção."

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"Também há a considerar o facto de ser uma série, o que significa que já existe uma estética e uma direção astística a seguir, ou seja, mesmo que sejam introduzidas novas raças e arquitetura extra-terrestre, ainda queremos que as pessoas olhem e identifiquem o jogo como Mass Effect. Isso foi um grande desafio, mas mais uma vez, gostamos de dizer que não queremos fazer um jogo realista, mas queremos fazer um jogo credível, um misto entre ficção e realidade. Tentámos encontrar esse equilíbrio e avançamos a partir daí."

"Trabalhámos arduamente na credibilidade. Ainda há dias estive na Agência Europeia Espacial, por exemplo. Temos uma sequência no início do jogo em que o vaivém se despenha, e a nossa personagem parte o capacete, que depois remedeia com a sua luva-omni. Quando eu mostrei isto na agência, alguém na sala levantou-se e disse, "estou a trabalhar nisso!". Estamos a trabalhar com agências e engenheiros espaciais, e biólogos peritos em vida extra-terrestre. Mais uma vez, não se trata de criar algo real, mas antes credível."

Mass Effect: Andromeda é o quarto jogo de uma saga, apesar de ser uma estória original, e vai respeitar e incluir elementos dos três jogos anteriores. Que elementos? Condominas responde:

"Quando começamos perguntámos-nos o que gostaríamos de trazer de cada capítulo da trilogia anterior. São três jogos diferentes, mas tentámos encontrar as forças de cada um. Temos as mecânicas RPG e o sentido de exploração do primeiro Mass Effect, as relações fortes do segundo, e o sistema de combate dinâmico do terceiro. Tentámos encontrar um equilíbrio entre esses três elementos, e foi isso que fizemos ao longo destes cinco anos de produção."

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Uma das diferenças entre Andromeda e a trilogia anterior é a mudança de uma personagem que pode assumir dois sexos (Shepard) para duas personagens que co-habitam o universo em simultâneo, os irmãos Scott e Sarah Ryder. Perguntámos a Condominas o porquê dessa mudança.

"Na verdade foi algo que fizemos a pensar na narrativa. Queríamos manter um mundo muito coeso, e isso seria mais difícil de manter com a opção para mudar o sexo da personagem. Foi um caso de manter a consistência. Também queremos contar uma estória mais íntima, algo sobre família. Por exemplo, eles não nasceram exatamente ao mesmo tempo, e isso será mencionado em diálogos, o que significa que acrescentámos pequenas variações que vão além do género sexual, incluindo emocionais."

Os jogos Mass Effect costumam ser gigantescos, mas Andromeda promete ser massivo, talvez o maior jogo criado pela Bioware excluindo Star Wars: The Old Republic.

"Andromeda é maior do que qualquer jogo da trilogia original. Em termos de tamanho de áreas, existem planetas do tamanho de todas as áreas combinadas de Dragon Age: Inquisition. Não são todos, mas alguns, e isso deve dar uma ideia da escala que temos no jogo. Por exemplo, em termos de sistema de progressão, é provavelmente o mais profundo que já fizemos. Até o sistema de criação e gestão de itens é maior do que qualquer um dos outros três. Tudo isto é também o resultado de termos novas tecnologias para usar, que nos permitem construir planetas mais rápido."

"Também acrescentámos mais nuances às relações do jogador, e retirámos o sistema binário de Paragon e Renegade. Agora é um sistema mais subtil, que apelidámos de "escolhas de tom". No caso das relações íntimas, não se trata de ter uma estória de amor ou sexo com uma personagem. Existem muitas variantes possíveis, como meros piropos mútuos, ou sexo casual de uma só noite. Ou seja, acrescentámos várias camadas extra de como podem interagir com as personagens, e sem o sistema binário nos diálogos, existe um sistema puro de confiança."

Condominas também referiu que não existe qualquer ligação mecânica entre a campanha de estória e o modo online, mas referiu que existem "pontes" entre os dois modos. Por exemplo, na campanha podem enviar grupos de soldados para cumprirem missões específicas, mas se preferirem, podem realizar essa missão no modo online, em vez de deixarem o sucesso da missão ao acaso da inteligência artificial.

Foi ainda referido que, embora não existam planos específicos, a Bioware não fechou a porta a uma possível adaptação do jogo à Switch, ou a um suporte melhorado para a Scorpio. Mass Effect: Andromeda será lançado a 23 de março para PC, PS4, e Xbox One.

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