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L.A. Noire

L.A. Noire - PS4, Xbox One, Switch

Vale a pena revisitar o jogo de investigação da Rockstar?

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Não é fácil gostar do protagonista de L.A. Noire, o detetive Cole Phelps. Logo de início torna-se evidente que há algo de errado com ele, e à medida que a estória avança, torna-se ainda mais claro que este não é um tipo com quem gostaríamos de passar tempo de lazer. Ele é frio e distante, mas também uma personagem fascinante à sua maneira. É um homem profundamente marcado pelo passado, com um código ético incorruptível, mas recheado de outros defeitos. Um pouco como o próprio L.A. Noire.

Este jogo foi lançado originalmente em 2011, para PC, PS3, e Xbox 360, pela mão da Team Bondi e da Rockstar, produtora e editora, respetivamente. É um jogo bastante adulto, em termos de temas, jogabilidade, e narrativa. Agora, seis anos depois do lançamento original, L.A. Noire regressa para Nintendo Switch, PS4, e Xbox One. Na primeira desfruta de controlos exclusivos, e da estreia numa consola da Nintendo, enquanto que as versões PS4 e Xbox One apresentam melhorias gráficas. A questão principal, contudo, passa por perceber se este jogo de investigação e crime ainda merece ser visitado ou re-visitado.

Não é uma resposta simples, já que existem contextos a considerar, mas de forma geral, acreditamos que sim, que vale a pena jogar L.A. Noire. Há seis anos a Team Bondi, produtora, destacou a captura de movimentos das faces dos atores, essencial para a experiência de jogo. Era uma técnica revolucionária na altura, com resultados que se aguentam bem ainda hoje. O mesmo pode ser dito da estória que tem para contar.

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Os jogadores vão acompanhar o polícia - rapidamente promovido a detetive - Cole Phelps, através de um arco narrativo que o irá levar a uma série de crimes que deve tentar resolver. L.A. Noire apresenta uma versão convincente da era, 1940, e conta uma estória de crime, guerra, e trauma, até chegar a uma conclusão entusiasmante. É um jogo que ousou fazer algo de diferente, que foi corajoso em termos tecnológicos e narrativos, e até ao nível da jogabilidade. Nem tudo resultou, e existem falhas a apontar, mas o facto de continuar a ser uma experiência tão singular no mundo dos videojogos merece por si só ser louvado.

O jogo divide-se entre condução, investigação, e interrogação. Vão procurar pistas na zona, ou nas zonas dos crimes, para depois desbloquearem perguntas para fazerem às testemunhas. A questão é que raramente terão provas suficientes para chegarem a uma conclusão definitiva, e normalmente será preciso acompanhar as animações faciais das testemunhas para perceberem se estão a mentir ou não. Entre estas interrogações e investigações, vão percorrer uma cidade de Los Angeles que ganha vida com excelente arquitetura histórica, e uma banda sonora adequada à época. Ainda existem perseguições, a pé e nos automóveis, e até sequências de ação. L.A. Noire é um jogo bastante amplo em termos de jogabilidade, mas infelizmente, não domina nenhuma das áreas que engloba. Seja na condução, ou na ação, existem jogos que fazem bem melhor, mas L.A. Noire acaba por ser uma experiência melhor que a soma das partes que o formam.

Para quem jogou, ou conheceu as versões originais, será mais interessante perceber o que acrescentam estas novas versões. Começando com o jogo de PS4/Xbox One, há a destacar os 1080p nas consolas originais, e os "4K" em PS4 Pro e Xbox One X. Estas versões incluem grafismo melhorado, não só na resolução, mas também nas qualidade das texturas, e noutros efeitos gráficos. Essencialmente as versões PS4/Xbox One têm um aspeto bem mais definido e limpo do que as versões originais de há seis anos, mas temos uma queixa a apresentar. O jogo corre bloqueado a 30 frames por segundo, mesmo em PS4 Pro e Xbox One X, o que acabou por ser uma desilusão.

Depois há também a versão de Nintendo Switch, que naturalmente não apresenta a mesma qualidade gráfica que as versões PS4/Xbox One. Quando está a ser jogado em modo portátil, L.A. Noire apresenta uma boa qualidade gráfica para a Switch, mas se mudarem para a televisão, vão notar algumas deficiências visuais ao nível de definição e detalhe. Isso já era esperado, mas mais dececionante foi perceber que o jogo apresenta várias quebras de fluidez, não conseguindo manter os 30 frames por segundo de forma consistente. Existem, contudo, outras particularidades. Os jogadores podem usar o sensor de movimentos dos Joy-Con para investigarem itens, e ainda podem usar a vibração dos comandos para identificarem alguns pormenores. Na Nintendo Switch, L.A. Noire fica atrás das outras versões, mas como acontece noutros casos, é preciso também considerar a capacidade portátil que a consola oferece.

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Antes de terminarmos, fica a informação de que este novo lançamento de L.A. Noire inclui os episódios extra do jogo original, que foram implementados na campanha de estória. Se não os conhecerem, nem vão perceber que episódios não estavam de raiz no jogo.

L.A. Noire tem algumas insuficiências ao nível de jogabilidade, mas é uma proposta original com ideias interessantes, tanto em termos de mecânicas, como de narrativa. É um jogo adulto, bem escrito e interpretado de forma genial pelos atores, que tem ainda o extra de apresentar uma versão bastante convincente de Los Angeles nos anos 40. Mesmo com os defeitos que lhe reconhecemos, adorámos L.A. Noire há seis anos, e continuamos fãs do jogo. O ritmo lento, inerente ao género Noir e policial, não será para todos, mas se apreciam estas qualidades, é uma recomendação fácil.

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08 Gamereactor Portugal
8 / 10
+
Estória fantástica com personagens interessantes. Animações faciais continuam impressionantes.
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Alguns elementos datados. Bloqueado a 30 frames por segundo, mesmo em PS4 Pro e Xbox One X. Versão Switch tem quebras de fluidez.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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