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Pro Evolution Soccer 2017

Pro Evolution Soccer 2017

Não esperávamos uma evolução tão acentuada.

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Depois de nos ter presenteado com o melhor PES em anos recentes durante 2015, a Konami voltou a impressionar-nos com uma amostra de PES 2017. Estamos a falar de uma evolução que é evidente mesmo com o jogo ainda num estado inacabado, ao ponto de nos dar esperança de que podemos estar a viver uma nova sequência como foi PES 4, 5 e 6. Se jogaram esses simuladores na era da PS2, sabem bem o peso que esta nossa afirmação tem, mas foi com essas sensação que ficámos depois de jogarmos Pro Evolution Soccer 2017.

PES atravessou um período difícil durante a geração de PS3 e Xbox 360, agastado com decisões de design e problemas técnicos que roubaram a magia que o simulador da Konami tinha. Em cima disso, a EA Sports começou a aprender com os erros do passado, e deu definitivamente a volta com FIFA 09. A experiência intuitiva e apaixonada a que os fãs de futebol se habituaram a receber de PES parecia perdida em definitivo.

Essa chama ressurgiu nos últimos anos, com a mudança para a nova geração e para o motor da Kojima Productions, Fox Engine. Com PES 2015 e PES 2016, a Konami recebeu os prémios de Melhor Jogo de Desporto da Gamescom, o que diz bem da qualidade dos jogos. Não que fossem perfeitos, longe disso, mas a Konami parecia finalmente ter encontrado novamente o seu rumo. Com PES 2017 a Konami precisa de assegurar a continuação desse progresso, e essa tarefa passou por um melhoramento do ritmo do jogo, da qualidade gráfica, e da inteligência artificial.

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Os anúncios de jogos de futebol estão normalmente recheados de chavões previsíveis e repetitivos, e os de PES 2017 são Toque Real e Passe Preciso. Chavões à parte, o que isto significa é que as ações dos atletas são conduzidas de forma contextual pela inteligência artificial e pela física da bola. O que Toque Real realmente faz é introduzir várias animações novas que reagem em contexto com a situação, como receber a bola de peito e controlá-la no pé para a direção em que estão virados, ou dar um toque de calcalhar para um colega, não porque é bonito, mas porque era a situação mais realista e eficaz em contexto com a situação. Isto torna o jogo ainda mais bonito em termos de movimentos, mas também pode causar alguns momentos embaraçoso, como o jogador falhar o tempo de salto e ver a bola passar por si.

Este Toque Real é uma extensão da tecnologia Player ID que a Konami tem evoluído nos últimos anos, e que na prática distingue ainda mais os jogadores menos bons dos melhores. Com esta tecnologia sabem que um jogador como Andrés Iniesta vai controlar a bola com grande qualidade, independentemente da força ou ângulo do passe. Trata-se de proporcionar um efeito ainda mais prático e evidente na diferença de qualidade dos jogadores, que vai além de meras animações bonitas.

O Passe Preciso está mais focado nos controlos, e na forma como decidem passar a bola. Não estamos a falar de passes altos e longos ou curtos e rasteiros, mas de uma leitura do jogo em relação ao poder e direção que dão aos passes e a forma como isso vai refletir-se no jogador que recebe. Dois fatores entram aqui na equação: a qualidade dos atletas e a forma de jogar de quem tem o comando. Se a vossa equipa não é boa, e mesmo assim insistirem em fazer passes difíceis, a responsabilidade do insucesso será vossa.

Um dos elementos que a Konami mais modificou para PES 2017 foi a inteligência artificial, ao ponto que nos parece a maior aposta da Konami em vários anos. As equipas aprenderam a defender de forma muito mais eficaz, e mesmo que passem essas muralhas bem montadas, vão encontrar guarda-redes com comportamentos e animações reforçadas. Presenciámos defesas com o pé, toques por cima da barra, e até defesas duplas a recargas. Neste aspeto da inteligência artificial, PES não se limitou a dar um passo em frente, mas um tremendo salto. É impressionante e nota-se de imediato no jogo.

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Mudanças táticas na equipa também serão mais evidentes no comportamento geral dos jogadores. Jogámos com o Arsenal e começamos com um estilo de jogo de posse de bola. A certo ponto mudámos para uma mentalidade de contra-ataque, e foi uma diferença da noite para o dia. Este estilo de jogo encaixou muito melhor nas características dos jogadores velozes do arsenal. Por outro lado, um estilo mais compacto e fechado pareceu-nos a tática ideal para o 11 base do Atlético de Madrid. Há que saber definir a tática de acordo com a equipa que têm.

A um nível mais pormenorizado, observámos alguns momentos de grande emoção e outros de alguma frustração. Um exagero nos toques de calcanhar resultou em golos de grande qualidade, mas também em muitos passes falhados - um campo que a Konami tem de trabalhar. Também vimos um efeito reforçado da bola, que permitiu observar num dos melhores pontapés de livre que já vimos num jogo. Foi um disparo perfeito ao ângulo, e a reação do guarda-redes - que tocou de raspão na bola - foi a cereja no topo do bolo.

Outro ponto que mostra a evolução da inteligência artificial reside na forma como a mesma consegue adaptar-se ao contexto do jogo, reforçando o apoio aos seus melhores jogadores e concentrando-se nas marcações aos adversários mais perigosos. Todas estas mudanças resultaram numa experiência de jogo onde nos parece ser mais difícil marcar golo que no passado, pelo menos a julgar pelas partidas que disputámos.

Com a inteligência artificial reforçada e uma maior exigência ao nível dos passes, Pro Evolution Soccer 2017 pode tornar-se num desafio ainda mais complicado do que os anteriores, e não sabemos se todos os jogadores vão apreciar essa mudança. O reverso da medalha é que o jogo está agora mais entusiasmante que nunca, e marcar um golo não é uma ocorrência trivial, mas excitante. PES 2017 não é o mesmo jogo que jogámos no ano passado, mas uma evolução genuína cheia de possibilidades. PES está definitivamente de volta.

Pro Evolution Soccer 2017
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