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À conversa com Michael Denny, da Sony Worldwide Studios

O Gamereactor teve uma sessão com o Vice-Presidente da Sony Worldwide Studios, sobre o futuro da Vita, o Project Morpheus e alguns projetos entusiasmantes, como Wild e Tearaway Unfolded.

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Michael Denny, Vice-Presidente da Sony Worldwide Studios Europe, subiu ao palco da Sony durante a Gamescom para apresentar alguns projetos interessantes das plataformas PlayStation, incluindo Wild, Until Dawn, Tearaway Unfolded e Alienation. Depois disso, o Gameractor teve a oportunidade de conversar com Denny, numa conversa que permitiu conhecer um pouco melhor os planos da Worldwide Studios e a estratégia de futuro.

Olhando para a conferência de imprensa, Denny definiu a estratégia do que foi mostrado da seguinte forma: "Queríamos mostrar com a PlayStation 4, quanto conteúdo novo e excitante ainda está previsto para a consola. Já anunciámos muitos títulos exclusivos fantásticos e na abertura da conferência mostrámos quatro dos nossos jogos 'AAA', nomeadamente Bloodborne, The Order: 1887 e LittleBigPlanet 3, além do novo episódio independente de Infamous, First Light. A partir daí concentramo-nos em tentar mostrar um pouco do que ainda está para vir, por isso foi fantástico poder revelar jogos como Wild e Tearaway para a PS4. Também foi bom poder falar novamente de Rime, desvendar The Tomorrow Children, Alienation da Housemarque e reapresentar Until Dawn. Portanto, a ideia da conferência passou por manter a atualidade da PS4 fresca e excitante, e não repetir na Gamescom o que já tínhamos mostrado na E3."

À conversa com Michael Denny, da Sony Worldwide Studios
Bloodborne, dos criadores de Dark Souls.

E de facto, se há algo que podemos dizer da conferencia da Sony, é que foi variada, e esse foi precisamente o objetivo: "Com a PlayStation 4 estamos a preparar a consola para os criadores de jogos, e é fantástico ver tantos produtores a abraçarem o projeto. Isso dá-nos uma grande variedade de experiências, e com isso, algumas experiências genuinamente novas e inovadoras."

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Michel Ancel, criador de Rayman e uma das figuras da Ubisoft, saiu da editora para criar o seu próprio estúdio. Ainda assim, foi com alguma surpresa que vimos Ancel subir ao palco da conferência para anunciar Wild, um exclusivo PS4 que está a ser publicado pela Sony, um assunto que Denny também abordou: "O Michel continua a estar muito envolvido com a Ubisoft, mas também tinha o desejo de fazer um trabalho independente e original, com uma grande equipa de talentos que juntou. O nosso papel neste projeto passou por facilitar isso, ajudar a que tudo pudesse acontecer e trazer o jogo para a PlayStation 4."

Outra presença notória na conferência foi Until Dawn, um jogo de terror que tinha sido mostrado na Gamescom de 2012 como um título para a PS3 e para o PS Move. Denny explicou-nos o porquê das várias mudanças implementadas no jogo: "Eu penso que isto simboliza o tipo de pensamento que temos na Worldwide Studios, no sentido em que estamos sempre a arrancar jogos e projetos novos, que podem ter um certo tipo de direção, mas que continuamos sempre a reagir a novas ideias e a novas plataformas. Isso leva-nos a parar, a olhar para os projetos e a pensar se a direção original era a mais indicada para esse conceito."

"Em específico sobre Until Dawn, o que se passou foi interessante, porque todos adorávamos o conceito original. Mas penso que existiam coisas no jogo que tinham de mudar se fossêmos realmente passar para a PlayStation 4. Foi uma questão de pensar 'o conceito é fantástico e a PS4 é o local onde tem de estar, agora, o que é preciso mudar?' E o que se veio a verificar foi que decidimos reiniciar tuo, à exceção do conceito original, em que jogo se concentra em oito amigos que vão tentar sobreviver até de madrugada. Escrevemos uma história mais sombria e recriamos o jogo de raiz, de forma a tirar melhor proveito da PS4 e do DualShock 4."

À conversa com Michael Denny, da Sony Worldwide StudiosÀ conversa com Michael Denny, da Sony Worldwide Studios
Until Dawn 2012 (esquerda), Until Dawn 2014 (direita).
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O anúncio de que a Media Molecule estava a trabalhar numa adaptação de Tearaway para a PS4 também nos apanhou de surpresa, já que todas as especulações apontavam para um projeto novo da produtora que nos trouxe LittleBigPlanet. Não nos interpretem mal, adoramos Tearaway, mas estávamos a torcer por um jogo verdadeiramente original. De qualquer forma, Denny explicou a ideia por trás da adaptação:

"A verdade é que Tearaway é um jogo fantástico na Vita, por isso pensámos se seria possível fazer algo com ele na PS4. A resposta inicial foi negativa, já que o jogo foi construído especificamente para a Vita. A partir daí pensámos em criar alguns protótipos para vermos o que podia ser feito. Deixamos-los trabalhar em paz, e durante alguns meses, nada. Passaram-se mais alguns meses e começou a haver alguma reação. Dava para ver que estavam apaixonados com algo que tinham conseguido e estavam convencidos que tinham algo que podia realmente funcionar. A partir daí o entusiasmo cresceu rapidamente. É fantástico quando um projeto acaba por se formar desta maneira. Ninguém estava a forçar que o jogo tivesse que acontecer, mas agora... mal posso esperar para que as pessoas o experimentem, porque quando o fizerem vão ver como funciona bem. E tem um aspeto lindo na PlayStation 4."

Durante a E3 e a Gamescom foi notória a falta de apoio da Sony em relação à PS Vita, uma realidade criticada pelos jogadores, mas que aparentemente se vai manter: "Na nossa opinião a Vita ainda é o melhor dispositivo de videojogos portátil do mercado. Se querem videojogos portáteis de qualidade, a Vita é para vocês. Já existem muitos jogos para a consola e está mais conteúdo, sobretudo digital, a caminho. Borderlands 2, por exemplo, ainda será lançado para a plataforma..."

(Não quisemos ser chatos ao corrigir que Borderlands 2 para a Vita já está na verdade disponível, por isso deixámos a conversa continuar)

"Se casarem isso com a experiência Remote Play que podem ter com a PS4, penso que têm um excelente sistema para os jogadores. Em termos da Worldwide Studios, penso que é claro que o foco, agora e cada vez mais no futuro, estará na PlayStation 4."

Quando perguntámos se a portátil ainda iria receber algum grande jogo, Denny respondeu o seguinte: "Sim, mas sobretudo títulos Cross-Play e Cross-Platform. Ainda existem alguns bons jogos de outras editoras a caminho e estão previstos vários títulos independentes para a plataforma."

Virando atenções para outro projeto da Sony, questionámos Denny sobre o Project Morpheus, o capacete de realidade virtual para a PlayStation 4. Dado o entusiasmo geral que a tecnologia tem despertado, tentámos saber se isso é um foco atual para a Worldwide Studios: "Duas das demos que estamos a mostrar na Gamescom para Morpheus vieram da Worldwide Studios, em específico, do nosso estúdio londrino. É muito entusiasmante estar a trabalhar com o Morpheus, porque é uma experiência nova e é algo que pode levar os jogos para a frente e isso é algo que queremos atingir com a PlayStation. Se existe algo que seja novo e excitante, nós queremos fazer parte disso. Queremos que seja algo que funcione muito bem com a PlayStation e que tenha a melhor qualidade possível."

À conversa com Michael Denny, da Sony Worldwide Studios
O capacete de realidade virtual da PS4.

Também perguntámos a Denny sobre o regresso de Shadow of The Beast, que foi revelado durante a Gamescom 2013, mas Denny afirmou não ter novidades sobre esse jogo. Para terminar, o Vice-Presidente da Worldwide Studios deixou uma antevisão do futuro a curto e médio prazo:

"Durante os próximos seis meses vão chegar alguns títulos massivos para nós, nomes como Bloodborne, The Order, Driveclub, Singstar e LittleBigPlanet 3. E se olharmos mais longe, temos algo como sete ou oito exclusivos anunciados, incluindo Uncharted 4. E mais uma vez, se investiram na PlayStation 4, podem ver que ficou provado durante a conferência que, não só vamos ter os grandes jogos, como também vamos trazer muita inovação."

Podem ver a entrevista em vídeo e em inglês em baixo.

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